O Município


QUATIPURU

É um dos mais novos Municípios do Estado do Pará, localiza-se na Região dos  Caetés, no Nordeste Paraense, mais precisamente na Costa Atlântica da Amazônia Brasileira.
Distante 210 km da Capital do Estado, possui uma população aproximada em 13.000 habitantes.
O nome do Município origina-se de Acutipuru, denominação dada ao mamífero roedor (Sciurusaestuans).

HISTÓRIA

A Capitania de Gurupi foi doada por Felipe III da Espanha, por carta de 09 de Fevereiro de 1622 a Gaspar de Souza, Governador Geral do Brasil. Em 1633 Francisco Coelho de Carvalho deu a seu filho Feliciano Coelho de Carvalho a mesma Capitania, doação essa que em virtude da reclamação de Álvaro de Souza, filho de Gaspar de Souza, junto à Côrte de Madrid, foi desaprovada tal doação é confirmada para Álvaro de Souza, sendo que em decorrência de tal desaprovação, o pescador RAIMUNDO ALVES PIRANHA, foi expulso juntamente com sua família do povoado de CAETÉ, à margem direita do mesmo Rio, povoado que constitui a primitiva origem do Município de Bragança. Navegando em uma pequena embarcação pelo Rio Caeté chegou ao Oceano Atlântico, logo depois encontrou uma pequena barra e, em seguida, um Igarapé, onde passou a navegar, chegando em terra, construiu um barraco para morar com seus familiares, vivendo da pescaria e caças, pois existia muita capivara, além de outros animais silvestres, às proximidades de seu barraco.
Quando o Povoado de CAETÉ foi abandonado, vieram outros moradores e passaram a construir barracos para morar na terra descoberta por RAIMUNDO ALVES PIRANHA (nesta época já falecido), sendo que em 1653 já haviam 13 barracos, cerca de 78 moradores, que construíram uma pequena capela e puseram em um altar feito de axas de paxiubas uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, onde faziam suas orações. Em 1696, chegaram mais 08 famílias do povoado de Bragança, fixando residência no local, em uma bonita manhã de São João, os moradores da terra descoberta pelo falecido RAIMUNDO ALVES PIRANHA, reuniram-se e deram o nome da terra de VALENTIM, devido a quantidade de Capivaras que existiam na terra, e que eram muito valentes.
Nas agitações políticas que tiveram lugar na PROVÍNCIA DO GRÃO PARÁ, em 1835, o povoado de VALENTIM, constituiu ponto de passagem dos foragidos que procuravam o Maranhão para fugirem à sanha dos rebeldes que tudo dominavam. Em 1838, chegaram ao povoado de VALENTIM os Senhores MANOEL DOS REIS e JOAQUIM DOS REIS, onde passaram a residir em casas de sobrados que mandaram construir. Nesse ano VALENTIM tinha aproximadamente 316 habitantes e numa outra localidade próxima, chamada de Ilha do Titica, descoberta pela SINHÁ HENRIQUETA, existiam 14 escravos, aonde surgiu a dança da Marujada com o ritmo do Carimbó, na época Natalina. Em 1845, devido existir nos arredores do povoado de VALENTIM muitos animais roedores chamados de quatipuru, os moradores da localidade passaram a chamar o povoado de Quatipuru. Nesse ano construíram uma Igreja no lugar onde existia a capelinha de Nossa Senhora de Nazaré, onde hoje existe a Matriz de nossa Padroeira, Nossa Senhora de Nazaré.
Em 1863, chegava ao povoado de QUATIPURU, o coronel LEANDRO PINHEIRO, da cidade de VIZEU, passando a residir nesse povoado. No mesmo ano QUATIPURU passou à categoria de Vila, e logo realizou-se eleição para INTENDENTE. O coronel LEANDRO PINHEIRO candidatou-se, vencendo o pleito, passando a governar a própria VILA DE QUATIPURU e a VILA DE MIRASELVAS, hoje Município de CAPANEMA.
Em 1867, houve nova Eleição para o mesmo cargo, vencendo o coronel CÉSAR AUGUSTO PINHEIRO, levando a INTENDÊNCIA para VILA DE MIRASELVAS, lá permanecendo 6 anos quando em 1873, nova eleição foi realizada e o Coronel Leandro Pinheiro venceu de maneira sensacional, trazendo a INTENDÊNCIA para VILA DE QUATIPURU, aqui permanecendo cerca de 16 anos. Em 1889, houve outra Eleição, uma das mais ferrenhas da época, nova vitória do Coronel Leandro Pinheiro vencendo seu maior adversário, que era o Coronel César Augusto Pinheiro. Em 1890, chegava nesta Vila o Padre ARÃO, onde era bastante estimado por todos os moradores da Vila, pela sua dedicação de ensinar e catequizar todas as pessoas da Vila. Em 1916 chegava o Padre LEANDRO PINHEIRO (o mesmo que foi Prefeito em Belém - Grão Pará), passando a ser Vigário, também da Vila.
Em 1920 houve nova Eleição e o Sr. João Pessoa candidatou-se, vencendo o pleito levando a Intendência para a Vila de Capanema, que nesse mesmo ano foi elevado a categoria de Município permanecendo durante 04 anos, quando em outra eleição o Coronel Leandro Pinheiro venceu já como Prefeito.
Em 1955, foi criado o Município de QUATIPURU, sendo suas terras desmembradas do Município de CAPANEMA conforme a Lei N.° 1.127, sendo um grande entusiasta da Lei o Deputado Estadual Augusto Correia, porém foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em 04 de Outubro do mesmo ano, voltando a pertencer ao Município de CAPANEMA. Até que, a 29 de Dezembro de 1961, o Ex-Governador AURÉLIO CORREIA DO CARMO criou o Município de Primavera, nomeando para Prefeito o Sr. José Carlos Monteiro Raimundo, sendo que Quatipuru perdeu a categoria de Cidade e passou a constituir o Município de Primavera, permanecendo assim por 33 anos.
Durante o tempo que Quatipuru pertenceu a Primavera, só uma vez, em 1982, elegeu-se um Prefeito Quatipuruense nato, trata-se de ANTÔNIO MORAES DO NASCIMENTO (DICO TAUMATURGO), que tomou posse em 1º de Março de 1983 e faleceu no dia 28 de Outubro do mesmo ano, em um trágico acidente de automóvel na estrada que liga Quatipuru á Boa Vista (PA-446), fazendo com que a dor e a tristeza imperassem em todo o Município, mas precisamente na então Vila de Quatipuru.
Por todos estes fatos, o maior sonho da população de Quatipuru era vê-lo novamente livre, independente, soberano, caminhando com seus próprios pés para um futuro melhor, até que em 21 de Abril de 1994, a população de Quatipuru foi às urnas para decidir em plebiscito o seu grande sonho, onde o SIM foi a maioria, cerca de 95%. Enfim, em 05 de Outubro de 1994, a Lei Estadual N.º 5.859 criou o Município de Quatipuru, onde o seu relator era o Deputado Estadual Gervásio Bandeira e foi sancionada pelo então Governador Carlos José de Oliveira Santos, sendo suas terras desmembradas do Município de Primavera, prevendo tal Lei, sua instalação em 1º de Janeiro de 1997, sendo que o Município constitui-se com a sua Sede a Cidade de Quatipuru, a Vila de Boa-Vista, o Povoado do Cumaru e do Macaco, além de outras pequenas localidades.
Em Quatipuru, as principais festas são a da Marujada, na época Natalina, onde se tem várias apresentações de danças ritualísticas da Marujada como: O carimbó, retumbão, chorado, valsa, peru e etc., o CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, Padroeira da Cidade, anualmente realizado no terceiro domingo do mês de Outubro e o FESTIVAL DO CARANGUEJO, no segundo fim de semana de julho, sendo um dos maiores festivais de Rua do Estado do Pará.
A Cidade de Quatipuru é chamada carinhosamente pelos seus próprios habitantes de “QUAIT”.
Para se chegar a QUATIPURU, usam-se meio de transportes Marítimo e Rodoviário, sendo o último, através da PA-446.
O gentílico de quem nasce em Quatipuru é QUATIPURUENSE ou QUATIPURUARA, tem como produção o extrativismo, destacando-se o Caranguejo e o Sururu, a pescaria, a pecuária e a lavoura.
Os rios que passam pela cidade são: o Rio Quatipuru, Rio Campinho, Rio Arapiranga, Rio Japerica, a Vala do Macaco e a Vala do Basílio.


Fonte: http://www.quatipuru.pa.gov.br/ 

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